domingo, 28 de julho de 2019

A triste inércia

   Você já passou pela seguinte situação:
   Você está num ônibus viajando, olhando pela janela você começa a pensar na sua vida e no que você pode fazer quando "voltar pra vida real", por que você sabe é impossível tomar qualquer ação significativa durante uma viagem... né ?

   A questão é que você sai planejando tudo na sua cabeça e as coisas começam a se encaixar e você começa a se sentir empolgado pra viver essa nova vida que vai começar logo após você pisar fora do ônibus. Mas aí, no fim das contas, você percebe que já é a vigésima vez que você faz aquela viagem e já é a vigésima vez que você teve aqueles pensamentos que mudariam a sua vida.

   Pois é, nem preciso dizer que isso não acontece apenas dentro do ônibus, isso acontece a todo momento. E, apesar de eu me sentir feliz e otimista, no fim das contas tudo aquilo foi inútil.

   Acho que nós humanos viemos com um defeito de fábrica, um bug, que faz com que os planejamentos soem incríveis enquanto as ações não podem ser feitas. Uma vez que finalmente podemos colocar o planejado em prática, as coisas já não parecem tão interessantes.

   Se eu estou escrevendo sobre isso, então eu tenho alguma solução para o problema, certo ?

   Foi mal, mas não vai ser dessa vez. Vamos apenas reconhecer os fatos e seguir em frente com a vida, que talvez nem esteja precisando tanto assim de mudanças.

domingo, 30 de setembro de 2018

Quem sou eu?

  Hoje eu estava pensando em comprar uma camisa do Snoopy. Afinal, todo mundo sabe que Snoopy é legal. Mas então eu fiquei com a dúvida "será que isso refletiria minha identidade?".
  Ultimamente eu me olho no espelho e vejo um eu um pouco diferente. Depois de alguns meses levantando livros (vai dizer que você LÊ os livros?), eu tenho a impressão de estar com um aspecto menos "fino". Eu me pergunto se eu gosto do novo eu, afinal eu estava perfeitamente feliz sendo magro e toda essa história de levantamento de livros não passa da manifestação das pressões sociais em mim. Logo, estar forte, objetivamente significa que fui fraco.
  No entanto, apesar de logicamente não fazer sentido, eu gosto dos resultados. Então fica minha honesta dúvida: o que isso significa?
  Ser uma mera marionete da sociedade nem sempre é ruim?

Enfim, voltando ao que importa, usar uma camisa do Snoopy combina comigo? Não consigo sequer responder a esta pergunta.

Quem sou eu?

Sou inteligente ou burro?
Sou esperto ou sonso?
Sou feio ou bonito?
Sou excêntrico ou careta?
Sou másculo ou afeminado?
Gosto de artes ou de ciências?
Sou útil ou incompetente?

  A verdade é que fico oscilando entre essas categorias a todo o momento. Ora sou inteligente, ora sou um imbecil; ora sou excêntrico, ora sou careta... e assim por diante.
  Mas então onde fica minha identidade? Como posso me definir? Será que a personalidade é apenas uma ilusão?

  Parece que encontrei um muro filosófico o qual não tenho poder mental para ultrapassar. Não sei como lidar com isso, logo vou jogar minha carta curinga: niilismo.

  Foda-se a identidade, se eu estiver com vontade de usar a camisa do Snoopy eu a uso. Pra que complicar as coisas com essas perguntas?
  A quem estou enganando, adoro fazer essas malditas perguntas.



quinta-feira, 26 de julho de 2018

Aprendizado cíclico/ Planejamento da vida

(Acabei escrevendo dois textos desconexos entre si, sem querer, então resolvi separá-los para parecer que sou menos desajeitado quando o assunto é escrita)

TEXTO I - Aprendizado cíclico

  Sabe o que eu acho decepcionante?

  Aprender algo que eu já sabia.
  Eu tive um ótimo fim de semana, daí quando ele acabou eu me perguntei: como posso ter outros ótimos fins de semana?
  Infelizmente, meus ótimos fins de semana são criados por variáveis fora de meu controle: eu não consigo ter um ótimo fim de semana sozinho no quarto (apesar de ele poder ser razoavelmente bom).
  Foi aí que eu re-descobri que eu preciso de outras pessoas para me sentir feliz. Por mais que eu tente negar, ainda sou um ser social.
  Quando foi que eu tinha me esquecido de algo tão óbvio assim? Quando eu descobri que não gostava das festas universitárias, e precisava de alguma justificativa para me sentir melhor ao não ir nas mesmas. Foi uma manobra mental difícil, eu tive que me enxergar como um ser antissocial de novo para aceitar que não gostava de festas. Porque a minha ideia de que era um ser socias Lendo isso em palavras pode parecer estranho, mas aposto que a mente de vocês também funciona assim.
  Nem preciso dizer que essa manobra trouxe diversos efeitos negativos. Eu me isolei mais do que precisava. Mas, hoje vejo que ainda houve evolução. Porque agora entendo que eu sou um ser social, mas não preciso me forçar a ir a lugares que eu não quero. Mais uma descoberta super óbvia, não é? Na verdade não. Essa frase é apenas um resumo de minha experiência, dizê-la por si só não me agrega nenhum valor, o importante é realmente entendê-la com todas as suas implicações na vida.

TEXTO II - Planejamento da vida



  Eu estou (novamente) num ponto crítico na minha vida, onde estou terminando a faculdade e preciso fazer decisões. Mas, diferentemente do meu eu do ensino médio, agora eu tenho 4 anos a mais de experiência (Uau!), pode parecer pouco, mas nesse período eu aprendi tanta coisa.

- Eu aprendi o que é morar longe dos pais e ter que se virar;
- Eu aprendi o que é ver um sonho seu ir por água abaixo quando tudo indicava que daria certo, por culpa do acaso;
- Eu comecei a sentir o peso da vida adulta se formando em meus ombros;
- Eu me conheci muito melhor;
- Eu aprendi que os mais velhos nem sempre têm razão e, consequentemente, a arriscar e seguir minha intuição mais vezes;
- Aprendi que a natureza não é justa nem injusta, é apenas a natureza.

Com isso tudo em mente meu plano de ação para o futuro próximo é.

- Fazer intercâmbio na França e tentar conseguir um emprego lá;

Caso não consiga o intercâmbio de novo:

- Encontrar um estágio bom e me formar logo;
- Procurar emprego enquanto estudo para a prova da Petrobras;

Simultaneamente a isso tudo, começarei (na verdade já comecei) a poupar dinheiro e investi-lo, para não precisar passar a vida inteira correndo atrás dele.

Além disso tudo, estou começando um projeto de melhoramento de habilidades básicas (que vergonhosamente ainda não domino).
O que são essas habilidades? Eu as considero: Intelecto, oratória, aparência e dinheiro (sim, estou chamando essas coisas de "habilidade").
 Para começar, eu sou NULO em oratória, desleixado na aparência, meu intelecto precisa de alguns ajustes aqui e ali e além disso sou POBRE.
Por ora, vou focar na oratória, já que ela vai me ajudar em entrevistas de emprego e consequentemente na habilidade "dinheiro".
A aparência também ajudaria, mas minha oratória está em um nível muito aquém do aceitável. Logo, melhorar minha aparência não vai ajudar em nada enquanto eu for mal articulado.

Pensando com números, por que eu adoro números, meu perfil seria:

Oratória: 20% (se comunica com dificuldades)
Aparência: 50% (não se destaca negativa ou positivamente)
Intelecto: 70% (Possuo boa inteligência emocional, mas ainda lido com alguns desajustes vez ou outra)
Dinheiro: 0,2% do meu objetivo 1: Sobrevivência financeira.
GERAL: 20% (Que é o valor mais baixo, desconsiderando Dinheiro.)

Eu enxergo o geral como 20%, uma vez que minha oratória segura todo o resto. O dinheiro afeta as outras áreas de forma mais complicada. Então eu o desconsidero nessa análise.

Meus planos são chegar aos 70% ou 80% em todas as áreas (chegar ao 100% provavelmente significaria melhorar uma área em detrimento de outra, pelo menos nesse momento)

Uma oratória nesse nível me faria uma pessoa muito bem articulada, talvez não no nível POLÍTICO, mas já seria o suficiente para argumentar bem com as pessoas e para flertar com estilo.
Uma aparência em 70% (talvez 80% seja biologicamente impossível) significaria um indivíduo com uma apresentação agradável, que passe confiança dentre outros sentimentos positivos aos outros.
Um Dinheiro em 80% é o que eu chamaria de rico, posso viver muito bem de renda, posso viajar para outros países sem problemas, mas sem nenhum iate ou voos de primeira classe, ou seja, me tornaria o tio rico da família.
Intelecto em 80% é quase o que eu já tenho: Boa inteligência emocional e senso crítico. Sem nenhuma doença psicologia (isso é muito importante) e com capacidades neurológicas afiadas, isto é, posso aprender coisas sem grandes dificuldades, minha memória funciona direito, etc.

Então pessoas, por ora é isso. Agora me resta ler esse texto em voz alta para treinar minha oratória. E vocês? Como seriam seus status?

domingo, 24 de junho de 2018

Reflexões sobre como ver a vida objetivamente

  Bom dia a todos! (Acredite ou não há pessoas que leem esse blog).

  Faz um tempão que eu não faço um texto aqui. Então , vou escrever mais um texto que parece sensato agora,mas que será terrivelmente vergonhoso dentro de alguns meses (assim como todos os outros textos).

  Ontem, antes de dormir eu estava pensando em como eu via muitas coisas emocionalmente e percebi que ver as coisas desse jeito geralmente acaba dando merda.

Existem varias pequenas coisas que parecem ser empolgantes na minha mente, porém nom mundo real...
Por exemplo:

  Quando eu pensava em virar um artista online e criar um Patreon:
  • Desenhar é legal e ganhar por isso mais ainda. A verdade existem 145632 artistas na internet, todos melhores do que eu.

  Quando eu penso em ficar rico desenvolvendo jogos online:
  • É muito difícil fazer as pessoas saberem que você existe. (porque existem outros 145632 desenvolvedores de jogos)

  Quando eu penso em largar a engenharia e trabalhar com alguma coisa que eu seja apaixonado:
  • Paixão não dura muito e logo o trabalho viraria só um trabalho mesmo.
  • Atualmente, ser engenheiro é o caminho mais fácil de "ser bem sucedido na vida", já que é uma das poucas que sou melhor que a média.

  Quando eu gosto de alguém:
  • Muitas vezes sei que na verdade eu gosto mais da versão idealizada dela na minha mente do que de quem ela é de fato. Ou seja, impossível que dê certo, mesmo dando certo.
 
Quando eu tenho um sonho:
  • Eu fiquei devastado quando minha bolsa "quase-garantida" de intercâmbio não aconteceu.


  Eu estou praticando um exercício muito duro: começar a me avaliar como quem eu realmente sou, enxergar que não sou secretamente um gênio e que minha vida não necessariamente é um filme com final feliz e, além disso, analisar as situações analiticamente.

  As vezes o seu sonho vai por água abaixo. A culpa talvez sequer seja sua, você fez a sua parte. Mas circunstancias exteriores a você acabaram estragando tudo.
  As vezes o melhor caminho é desistir, por mais que a TV diga o contrário.

  Em vez de seguir seu coração, siga as estatísticas: a chance de sucesso é maior para aquele que tenta varias vezes coisas diferentes em comparação com aquele que segue um único objetivo cegamente (muitas vezes impossível).

  Voltando a falar de mim...
  Não estou dizendo que vou viver a vida como um computador, apenas calculando quais oportunidades em maior chance de darem certo e foda-se o que meu coração diz. O que eu vou fazer agora é analisar se essa atividade que estou me empenhando vai de fato me trazer frutos. E vou buscar planos B, C, D e E.
  Por exemplo, o intercâmbio não deu certo. O que eu posso fazer em relação a isso? Procurar outras bolsas, buscar vagas de emprego no exterior para quando eu me formar, juntar dinheiro para apenas viajar para o país ou simplesmente desistir...

  Dava para escrever mais sobre isso, mas eu tenho que parar de enrolar e estudar para a prova de amanhã (eu sempre acabo refletindo sobre a vida em vésperas de prova).

  Até a próxima ;)

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Voltei com decepções para contar!

Hey! Sou eu de novo! Eu não esqueci do meu blog, só perdi completamente o interesse nele...

Mentira, na verdade eu comecei a fazer um jogo e acabei focando nele, depois comecei a aprender francês pra um intercâmbio... e por aí vai...

Exceto pelo fato que não foi. Paremos na parte do intercâmbio. Cagaram com toda a minha chance de fazê-lo. E é por isso que estou aqui hoje.

Eu queria muito fazer esse intercâmbio, para isso deveria ser um dos bolsistas contemplados pela gloriosa bolsa de 870 euros mensais pela CAPES.
Então eu passei meses estudando as formas de melhorar minhas chances: precisava falar bem o francês, ter boas notas e um bom currículo. E foi o que eu fiz: melhorei minhas notas, comecei a fazer aulas de francês (estudava em casa também) e comecei a fazer uma iniciação científica sem bolsa - só pelo currículo.
Sacrifiquei boas horas que poderia ter dedicado no desenvolvimento do meu jogo. Mas tudo bem, por que o intercâmbio faria tudo valer à pena.

Agora só faltava passar na prova de francês (TCF). Eu estava MEGA ansioso para fazer essa prova, para se ter uma ideia, a primeira vez que perdi o sono por causa dessa prova foi UM ANO antes dela de fato acontecer. Minha ansiedade não atingia níveis tão altos desde o meu final de período de 2016.
Essa segunda feira foi a prova. Eu temia o pior. E se eu passar mal durante a prova? E se eu for assaltado e perder minha identidade? E se?
Segunda feira chegou e eu estava incrivelmente calmo (talvez por causa dos calmantes que tomei secretamente). Eu fiz a prova e provavelmente fui bem (ainda não chegou o resultado). As coisas parecem muito piores na minha cabeça (Lembrar disso na próxima vez que estiver ansioso com alguma coisa).

Então essa semana eu não estava andando e sim flutuando. Aproveitava meu tempo com meus amigos do Brasil, por que logo estaria na França comendo fromages e baguettes.
Tudo estava perfeito. Minha concorrência era inexistente, já que o responsável pelo BRAFITEC na minha Universidade não havia publicado nenhum edital ainda então os outros estudantes sequer sabiam que era necessário um diploma oficial da Aliança Francesa esse ano. Eu só soube pelos editais de outras universidades.
Tudo parecia perfeito, até que me dizem que o prazo de envio das inscrições com o diploma do TCF era até hoje. De repente, minhas 80% de chance de ir pra França caíram para 0,1%. E agora aqui estou eu lamentando no meu blog abandonado.

A história é um pouco mais revoltante que isso, mas vou me conter e apenas deixar implícito que a culpa foi de alguém que não seja eu. (Pra ser sincero, se eu não conseguir B1 na prova a culpa se torna minha, mas provavelmente vou conseguir B1 ou B2)

Mas eu não estou escrevendo esse texto (apenas) para expressar minha raiva. Quando a vida te fode, você tem a chance de aprender algumas coisas.

Coisas que eu aprendi:

- Não queira algo muito muito forte. Não há garantia de que você vai conseguir isso, e no fim só vai te causar sofrimento. Você pode sonhar, mas não deve se tornar obcecado;
- Depender dos outros é uma porcaria (ok, já sabia essa);
- É impossível garantir que algo vá dar certo;
- Fazer a prova foi muito tranquilo, mesmo com toda a pressão que eu joguei em mim mesmo;
- Ter seu sonho destruído não é tão ruim quanto eu esperava (eu estava com um pouco medo de me tornar suicida, sério);
- Sério, as projeções que faço de "como vou me sentir se/quando..." são muito exageradas.


E agora? Agora só quero me formar logo. Minha vida parou e eu estou tentando dar um novo significado pra ela.

*Desculpa pelo texto mal escrito, queria fazer algo bonitinho pra dizer "olhem pra mim eu sou inteligente, olhem meu texto!", mas isso requer um tempo que não estou disposto a gastar. Ao menos vocês ficam com um texto sincero.