domingo, 28 de julho de 2019

Bluey, o desenho Australiano


                Esses dias eu descobri um desenho sensacional. Ele é um desenho sobre um cachorro-caixa de 6 anos que na verdade é uma cadela.

Figura 1: Blue, Bingo, mom e dad.

                Esse desenho é feito para criancinhas australianas e seus pais. Mas, de alguma forma eu caí no meio desse público alvo. Esse desenho me faz sentir coisas, sabe, coisa que as obras de arte deveriam fazer. Assim como o início de Clarence, esse desenho mostra muito verdadeiramente o que é ser criança. Mas, além disso, ele mostra o que é ser pai. Pela primeira vez senti empatia também pelo lado adulto.
                Depois de Aggretsuko, que mostra o lado dos jovens adultos que acabam de se inserir no mercado de trabalho, veio bluey, que mostra como é ser pai de duas crianças. Me sentir como adulto provavelmente é o que me torna oficialmente um adulto. Digo mais, ouso dizer que esse desenho me fez decidir: eu quero filhos!
                Pena que para isso eu ainda preciso encaminhar minha vida. Para ter filhos eu preciso fazer uma série de coisas:

  • Viver minha vida de solteiro (fazer intercâmbio, viajar pelo mundo);
  • Arranjar uma mãe para as crianças, obviamente (provavelmente a parte mais difícil);
  • Conseguir uma fonte de renda minimamente confiável com uma base de investimentos que dê a minha futura família suporte;
·         Ver o que é que vai dar com minha atual família.

                Algo interessante, esse desenho me dá vontade de criar uma família, mas não me ajuda a criar forças para manter minha atual. O que quero dizer com isso é que minha família está me dando trabalho. Ao mesmo tempo que preciso lidar com as 1490 coisas relacionadas ao intercâmbio, faculdade e carreira; eu preciso lidar com minha mãe que está arrumando mil tretas sobre nada, meu pai que vez ou outra toma atitudes completamente insanas. Eu sinto que devo algo a eles, uma vez que eles tiveram o trabalho de me criar, mas de onde eu tiro a energia para fazer isso??
                Eu sou muito egoísta? Olha só o que eu consideraria um caminho de sucesso:
  • Fazer intercâmbio, conhecer vários lugares e pessoas, deixar meu Instagram fazendo minha vida parecer ser perfeita;
  • Voltar ao Brasil, terminar a faculdade, meu jogo. Arrumar um emprego ou estágio, ver minha família uma última vez (como cidadão do Brasil);
  • Conseguir uma proposta de emprego no exterior e me mudar para França/Suiça/Luxemburgo/Alemanha/Irlanda/Canadá/Nova Zelândia/Austrália ou algum outro país foda.
  • Me casar com minha namorada que conheci no intercâmbio ou nesse novo país;
  • Ter uma família feliz e contente;
  • Visitar o Brasil uma ou duas vezes ao ano, sendo aquele parente foda e raro que só aparece de vez em quando.

                Se eu queria viver com meus pais? Não me parece muito bacana... claro que não vou jogar eles num asilo, mas seria ótimo se eles puderem viver em uma casinha na minha rua, onde eles passam sei lá, só o verão (para não dar tempo da gente brigar). Assim a gente podia ir lá para o almoço, as crianças podem passar a tarde lá, etc. Acabando o verão, eles voltam ao Brasil e ficam por conta da Vanessa nos outros 6 meses. Justo, né?
                Mas, talvez o maior desafio será encontrar uma esposa bem ajustada no mundo de hoje dado o meu sex appeal nível chorume master. Existem muitas dificuldades a serem enfrentadas. Como:

·         Sex appeal nível chorume master;
·         Eu só me interesso por um número muito pequeno de pessoas;

                Só isso? Eu devo ter esquecido dos outros problemas, afinal já passaram das 10 da noite e estou com sono.
                Enfim, por hora eu preciso fazer o meu intercâmbio da melhor forma possível, investindo tanto na minha carreira quanto na minha vida social. Depois disso eu preciso descobrir onde meus hobbies artísticos vão se encaixar na minha vida. Além disso, preciso descobrir como vou deixar o Brasil...
                Já deu para perceber que há ainda um loooongo caminho a percorrer e, ao mesmo tempo, meu prazo não é tão longo. Então o que preciso fazer no momento é saber priorizar o que for mais importante e aproveitar a jornada, que na verdade se trata da minha vida. Existe uma grande chance de coisas que eu escrevi nunca acontecerem. Mas, se esse for o caso, ainda existem várias variações de uma vida significativa. Até porque tem muita gente com família, carreira e dinheiro que no fim termina miserável (emocionalmente).



Viu só por que eu gosto tanto desse desenho? Ele me faz pensar sobre a vida.

Ps: Provavelmente Bluey não está disponível no Brasil, mas reza a lenda que ele vai para o Disney+.
Ps2: Esse texto inicialmente só ia para minha pasta de textos particulares, quem sabe isso não significa que ele ficou mais autêntico?
Ps3: Se você fala autraliano, dá para encontrar episódios online. (Dica: autraliano = inglês, só que com sotaque mais legal)
Ps4: Ainda está muito caro, não comprarei. (Desculpa pela piada bosta)

3 comentários:

  1. Você me deixou muito interessado no Desenho kkkkk, provavelmente irei assistir.
    Ps: Fiz um textão sobre o desejo de ter filhos e meus medos sobre isso, mas no final só apaguei porque não conseguia chegar no ponto principal, desculpe se o comentário ficou meio vazio...

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    1. Que bom que meu texto te deixou interessado!
      Eu tenho VÁRIOS textos não postados também. Ao mesmo tempo em que tenho textos terríveis que postei sem sequer revisar, sem conclusão digna nem nada. Inclusive um deles é 3º mais popular no meu blog haahahaha. No fim, o questionamento de ter ou não filhos é universal e talvez seu texto dê uma nova perspectiva a alguém, mesmo que você o julgue sem objetivo.

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