domingo, 9 de maio de 2021

A filosofia de Golden Boy: o anime anticapitalista?

  Golden Boy capa

    Golden Boy é cult. Desconhecido, alta qualidade (ao mesmo tempo que tem conteúdos questionáveis). Nos meus dias mais difíceis, Golden Boy é uma das poucas luzes que permanecem acesas no final do túnel.

    Para onde você está indo? Você está vivendo a vida da forma como gostaria?

    O protagonista se chama Kintaro, 25 anos. Ele abandonou a faculdade mais renomada do Japão após finalizar todo o currículo e agora ele viaja pelo país em sua bicicleta para aprender sobre a vida. Quem em sã consciência faria isso?

    Quem largaria uma faculdade basicamente finalizada junto com a perspectiva de se ter uma carreira "dos sonhos"? Quem faria isso para ficar rodando de bicicleta trabalhando em "sub-empregos" aleatórios?

    Mas não se engane, o anime não tem a pretensão de jogar goela abaixo essa filosofia de largar tudo e deixar a vida te levar. Ele apenas quer contar uma história. A cada episódio (são só uns 6 falando nisso) o protagonista está em algum lugar diferente, trabalhando com algo completamente aleatório. Ele só quer aprender. Aprender sobre as atividades de seu trabalho, aprender sobre as pessoas (engraçado como ele largou a faculdade para aprender, fica aqui minha crítica ao ensino superior).

    Ao mesmo tempo que Kintaro é inteligente, ele é um completo idiota (e pervertido). Ao mesmo tempo em que ele é alguém de moral admirável, ele é um ser humano desprezível. Eu não quero ser o Golden Boy... mas eu quero aprender, quero viver e perseguir meus verdadeiros interesses, assim como o Golden Boy.

 

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Quando as cortinas se fecham...

    É quando o anime acaba que ele realmente começa seu plano maligno de derrubar o capitalismo. Ele começa na sua mente. Naturalmente começamos a nos questionar: o que estou fazendo com minha vida?  De quem é a mão que segura o volante? Sou realmente eu que estou no controle?

    Eu mesmo passei boa parte da minha vida cedendo o controle ao acaso (ou a outras pessoas): serei um bom aluno, serei um bom filho, serei um bom amigo. Trabalharei em algo que me trará dinheiro e status, serei o melhor, serei admirado. Por quê? Quem quero impressionar?

    No fim essa vida pertencerá a quem? Qual é valor de ser admirado por fazer algo que não gosta? Gradativamente, venho assumindo o controle e a sensação é ótima. Não vou correr atrás de um emprego na minha área de formação se ele não me interessa. Não vou agir de forma passiva para agradar aos outros. Não vou mentir para mim mesmo sobre quem eu sou.

    Continuo tendo vários problemas, claro, mas ao menos esses são meus problemas. Os sacrifícios que faço são meus sacrifícios.

    Golden Boy mostra que a vida pode ser sobre viajar para novos lugares, sobre se conectar com as pessoas, sobre correr atrás de seus desejos reais, sobre ajudar ao próximo (e ser ajudado), sobre criar memórias.

https://instigancia.blogspot.com/
Antes que me esqueça, esse anime é +18 (ou seria +16?)

 

Dizem que é o anime que nos faz querer largar tudo

    Não exatamente. Não é sobre largar tudo, é sobre abraçar tudo (o que realmente importa). Evidentemente, para abrir uma porta é necessário fechar outra. Logo, é preciso largar de lado tudo aquilo que for peso morto na vida para se permitir perseguir quem você realmente é.

    Não é sobre a destinação ou os objetivos, é sobre o caminho onde aprendemos, sorrimos e choramos. A jornada é onde está a vida de fato, não no desfecho.

https://instigancia.blogspot.com/
"Você não sabe de nada, né?"


Jornada do blog e os últimos 6 anos

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De 2014 a 2021

 

Vivendo e aprendendo

    Galera, muita coisa aconteceu desde aquele ano onde a Alemanha fez 7 a 1 na gente. 2014 foi ... 6 anos atrás?! Meu Deus! Agora está explicado porque tanta coisa aconteceu...

    Em 2014 eu era um jovem estudante, finalizando o ensino médio e me preparando para o vestibular. Minha vida era basicamente isso. Eu estava começando (tardiamente, admito) a ser adolescente: descobrindo o álcool e mulheres, mas essas descobertas não foram nem de longe muito profundas. Meu foco era a faculdade.

    Em 2014 eu era um bom aluno, falava inglês razoavelmente. Conseguia interagir com as pessoas de forma minimamente aceitável. Porém, não sabia me impor, não sabia demonstrar interesse no sexo oposto, não sabia administrar a ansiedade (o que viria a dar merda em 2016). Não sabia do que eu realmente gostava (ou quem eu era) e se soubesse não tinha culhões para aceitar e expor isso ao mundo. Eu não tinha muita confiança em minhas habilidades, exceto minha inteligência (leia-se habilidade em fazer provas). Não tinha coragem de conversar com as pessoas sobre tópicos mais pessoais. Eu era um amigo escroto e achava que o Lobo de Wall Street era alguém admirável.

    Tadinho... em 2014 eu tinha 18 anos, mas nem de longe era um adulto.

    Hoje tenho quase 25 e me considero um adulto, tenho muito a aprender ainda, claro. Mas já faço um bom trabalho.

 

Vivendo e aprendendo

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Impossível não lembrar de Golden Boy, quando se fala em viver e aprender (+18)


    Hoje sou a mesma pessoa, só que muito melhor. Vamos fazer uma lista rápida (mais ou menos cronológica) com coisas que me aconteceram no topo da minha mente:

  • Entrei em uma universidade federal (e me formei em Eng. Mecânica)
  • Aprendi a lidar com pedras no rim e refluxo
  • Tirei minha habilitação
  • Morei em outra cidade, em república
  • Tive ansiedade e ataques de pânico e aprendi a gerenciá-los
  • Melhorei meu inglês
  • Aprendi Francês
  • Aprendi a desenhar (e hoje ganho a vida com isso)
  • Comecei a desenvolver jogos (e meu trabalho hoje também envolve isso) 
  • Aprendi sobre investimentos e já juntei mais de 100.000 reais (isso merece um texto)
  • Finalmente fiz meu fucking intercâmbio (merece vários textos)
  • Fiz um estágio em uma multinacional na França
  • Descobri que (provavelmente) sou autista
  • Aprendi a interagir com as pessoas de forma mais significativa
  • Aprendi muito sobre mim mesmo, sobre minhas falhas e meus pontos fortes
  • Comecei a fazer terapia

 

    Agora estou aqui. Não vou mentir estou bem orgulhoso com maioria dos meus feitos. Estou feliz de finalmente ter assumido o assento de motorista (tanto figurativamente quanto literalmente). Não vivo mais sendo empurrado pela maré.

    Aha! Quem diria, né? Quem diria que tudo isso fosse acontecer? E agora? O que acontecerá nos próximos capítulos??


O que se encontra à frente?

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    Não tenho bola de cristal, mas tenho alguns nortes definidos. Infelizmente, nenhum objetivo que tenho é tão claro e avassalador quanto o intercâmbio foi (por outro lado, talvez isso faça de mim alguém mais equilibrado, menos unidimensional). Sem mais delongas, meus objetivos agora são:

  • Voltar a postar aqui e ver se dá futuro
  • Aumentar meu salário com arte
  • Continuar com meus investimentos
  • Começar a dar aulas particulares de inglês/francês, para melhorar minhas habilidades sociais ainda mais
  • Abrir a porta para relacionamentos (mantive essa porta fechada por muito tempo)
  • Ter minha própria casa, com minha própria decoração

 

    Acredite, tenho muito conteúdo  que pode render textos bacanas para o blog. Posso compartilhar:

  • Minhas interessantes experiências no exterior
  • O porquê de fazer engenharia ser uma furada
  • Ensinar dicas para aprender uma língua rapidamente e com menos sofrimento
  • Minhas visões sobre dinheiro e investimentos
  • Arte furry ou "tradicional"
  • Dicas de como ser um freelancer internacional
  • E é claro, meus pensamentos filosóficos sobre mim, sobre as relações interpessoais e sobre o universo (a qualidade vai ser melhor que os textos antigos, eu prometo)




sábado, 8 de maio de 2021

Como me sinto sendo um blogueiro famoso

Redescobrindo o blog

    Estava procurando um texto (ultra pessoal) que escrevi nos meus arquivos pessoais, mas não o encontrei. Foi então que me lembrei desse blog. "Vai que ele está aqui?", pensei.

    Adivinha só? O texto realmente estava aqui (ele ainda está, se você estiver disposto a caçá-lo). Como diabos eu tive a coragem de postar tantos detalhes pessoais publicamente?! Não sei; mas, para ser honesto, é um pouco relaxante ver parte de seu lado sombrio exposto (mesmo que da forma mais vergonhosa possível). Planejo continuar... tenho muitos textos que não viram a luz do dia no meu disco rígido. E sim, eles são super vergonhosos. Mas minhas reflexões nunca foram tão pertinentes. Os últimos anos foram intensos e é como se tivesse vivido 10 anos em 2 à lá Juscelino Kubitschek.


Milionário do vale do silício

    Ao voltar, algo chamou ainda mais minha atenção nesse blog: comentários! Pessoas leram meus textos e gostaram tanto que resolveram fazer comentários! (fico agradecido a todos os comentários e visualizações, mas talvez seja tarde demais para responder). Depois eu vi que meu blog tem visualizações constantes (eu já deveria saber disso, já que elas existem há alguns anos). Na época provavelmente e não devo ter dado muita bola, mas hoje em dia eu farejo oportunidades. Essas visualizações exclamam uma alternativa de fazer uns trocados!

 

Olha só que bonitinho! Ignorem a queda brusca recente, sejamos otimistas.

    Atualmente, eu já vivo de internet (Holy shit! Meu sonho se realizou e eu nem percebi?!), mas se esse blog passar a me gerar uns 50 dólares por mês (dólar hoje a uns 5,3 me dá 265 reais praticamente grátis), já seria um belo incentivo para fazer algo que eu nem precisava de incentivo para fazer, para início de conversa.


Não apenas flores

    Mas nem tudo são flores... na verdade, na minha vida até as flores têm espinhos embutidos. E agora não é diferente. Analisando os textos mais vistos temos:

  • 1º lugar: Texto sobre o preconceito contra os furries (engraçado só de ver o título)
  • 2º lugar: Bluey! (Preciso finalizar a segunda temporada, falando nisso)
  • 3º lugar: Quando pararei de fazer merda? (sério, galera? Esse texto é muito ruim)

    O que isso significa? Significa que os textos que falam sobre mídia geram mais interesse que os textos que falam sobre mim. Você pode estar pensando "É óbvio né, quem quer saber de um cara aleatório (e anônimo) da internet?".

    Mas os textos que são sobre mim, na verdade não são sobre mim. Eles são sobre a condição universal humana.

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Reflita enquanto encara a vastidão cósmica

    Enfim, vou continuar fazendo os textos de sempre. Talvez dando uma pequena otimizada para chamar atenção. Mas sempre mantendo esse estilo de escrita super mega informal, porque escrever de qualquer outra forma seria um saco.

Eu sei, eu sei; esses textos parecem terem sido escritos por um adolescente. Inicialmente eles realmente eram, mas aquele menino cresceu, amadureceu, arrisco dizer que até melhorou sua escrita... mas continua sendo retardado e isso fica evidente nas minhas palavras.